sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Review: Nisekoi

Série de comédia romântica de autoria de Komi Naoshi, publicada na Shonen Jump desde Novembro de 2011, Nisekoi termina uma longa, mas não cansativa, jornada, quase cinco anos após o seu início, com uma trajetória de sucesso, com dois duas temporadas de anime, várias OVAs e diversos produtos, de databooks a figures. Para muitos o sucesso de uma série tão clichê e previsível ainda é um mistério, mas eu considero a razão para isto muito simples. Quem me conhece sabe que eu amo esta série e que este texto será mais uma carta de amor a série do que um review, mas leiam até o final por favor. XD


A série começou em Novembro de 2011, mas só fui tomar conhecimento dela em Dezembro daquele ano. No momento eu não lembro se li a oneshot primeiro ou já fui para a série, mas ambas as coisas aconteceram quase ao mesmo tempo. Eu amei a série desde o início, mas até aquele momento eu só lia sem compromisso. Acho que esse sentimento durou até eu perceber que não conseguia mais esperar pelas scans em português, que demoravam, e passei a tentar ler em inglês. Nisekoi foi uma das primeiras séries que li em inglês e posso dar crédito a série parte da minha vontade de querer melhorar meu inglês. Também foi a partir de Nisekoi que passei a acompanhar a Shonen Jump com mais interesse, descobri o sistema de ranking da Jump e os TOCs (Table of Contents), coisa que eu esperava toda semana para ver onde Nisekoi estava e se ele estava seguro de cancelamento, o primeiro ano da série foi tensão o tempo inteiro devido a isso. Eu gostava cada vez mais de série e o pensamento de que ela fosse cancelada era insuportável. Veio o primeiro aniversário da série, o primeiro de muitos.

Em 2014, após a VIZ lançar a versão digital por mais de um ano, chega aos Estados Unidos a edição física do mangá. Juntei todas minhas economias como adolescente que não trabalha para comprar e até hoje nunca perdi uma data de lançamento. No Brasil o mangá chegará somente após o seu término evidenciando mais uma vez que as editoras brasileiras tem um péssimo timing para lançar qualquer coisa no território brasileiro. É evidente, e não poderia deixar de ser diferente, que a série saiu do seu auge e popularidade após mais deu ano desde a transmissão da segunda temporada do anime. Apesar de tudo é um momento feliz para fãs que esperaram e até fizeram campanha para a série vir para o Brasil.

Passei grandes momentos com a série durante todos esses anos, sempre me proporcionando momentos emocionantes e engraçados a cada semana, nenhum capítulo foi desperdiçado na minha opinião, todos eles tiveram um significado par tornar a série o que foi e para influenciar no impacto que o final causou. Porém vou falar mais sobre isto no review.

Review

Nisekoi é uma comédia romântica clichê. Seu objetivo não era ser original, como, na minha opinião, ficou claro desde o início. Não considero isto algo negativo, muitos outras séries de outros gêneros seguem a mesma receita e são tão interessantes ou mais do que obras "originais", que nada mais fazem do que aplicar ideias por vezes estranhas que acabam caindo no gosto de algumas pessoas. O que torna um mangá baseado em clichês interessante são os detalhes, muitas das vezes as personagens e como eles agem e interagem entre sim. Este é o ponto que eu valorizo mais nessa série: os relacionamentos e como eles se desenvolvem.

A cast de Nisekoi é relativamente pequena, dá para contar nos dedos das duas mãos o número de personagens que participam da história com frequência, o núcleo. Isto é uma das características da série que mais valorizo porque assim eu tenho a capacidade de conhecer cada personagem no íntimo e formular teorias a partir disso, prevendo como cada um irá se comportar em determinadas situações. A série era muito boa para fazer isso, toda semana eu passava um bom tempo analisando o que tinha acontecido e pensava eu possíveis atos futuros. Eu conhecia cada um deles como se fossem meus amigos e isto me fez me apegar a série como em nenhuma outra série. Mas se fosse assim tão simples eu em afeiçoaria por qualquer série com poucos personagens, certo? Sim. O diferencial de Nisekoi são que os personagens são extremamente carismáticos, todos eles, sem exceção, eu torci por cada um deles em algum momento da história apesar de ter meus favoritos. A sinergia entre eles também é bastante interessante, todas foram muito bem desenvolvidas, você sabe claramente o relacionamento de cada personagem com qualquer um dos outros, o que eles pensam uns dos outros, etc. Por isso, creio que vale a pena eu fazer um pequeno resumo da cast principal, para definir de uma vez por todas o que eu acho de cada um.

Raku é o protagonista de história e também o mais fácil de entender por ser o protagonista padrão de mangás harem, aquele garoto normal que de repente atrai a atenção de beldades a sua volta sem se dar conta disso. Apesar de ele não fazer nada de impressionante durante a série, ele tem seus momentos e estes fazem você gostar dele e torcer para que ele consiga logo se dar conta das garotas apaixonadas por ele e, claro, que ele escolha a sua favorita no final.

Chitoge foi na história inteira a garota principal e a que conseguiu o coração do Raku no final. Nisekoi, que significa "Falso Amor", é simplesmente a história da Chitoge se desenvolvendo como pessoa e também no amor, conquistando assim o Raku após começar um namoro falso com ele por obrigação de sua família, mas acabar se apaixonando. Não há como negar que a série faz isso muito bem, de forma natural e fluida. A Chitoge se desenvolve de uma garota que odiava o Raku e que era destrambelhada em qualquer tipo de relação para uma garota que conquistou o amor de sua vida de uma forma épica e que conseguiu fazer vários amigos. Como se não bastasse, no final Chitoge também percebeu o que queria fazer da vida, coisa que ela não fazia ideia durante a série. Foi um pequeno sub-plot que foi bom de ter sido lembrado pelo autor e ter sido resolvido.

Kosaki Onodera foi que a chegou mais perto de roubar o Raku da Chitoge. Muitos dizem que era muito previsível que ela perderia, mas eu concordo, em parte. Embora a Chitoge era a garota principal e que a história girava em torna dela e de seu desenvolvimento, não pareceu, em muitos momentos, que ela venceria. Em muitos momentos eu duvidei de que ela ganharia, a Kosaki teve muitos momentos de impacto, sem no entanto tem uma posição ativa em nenhum deles. Este era o maior problema que eu tinha com ela, a sua falta de atividade, ela era apática. Eu cheguei a torcer por ela no início, quando ela tentou pela primeiríssima vez se confessar para o Raku e foi interrompida, naquele momento eu vi uma ação dela. No restante da série, no entanto, todos os momentos que ela conseguiu com o Raku não foi com o seu próprio esforço, foi com muita ajuda de outros personagens como a Ruri e sua irmão, Haru. Não há dúvidas de que ela era fofa e muitas pessoas gostam do tipo inocente como ela (embora a Chitoge seja tão inocente e pura quanto ela), mas eu valorizo muito o esforço da garota para buscar o amor. Nesse quesito a Chitoge também não foi campeã.

Marika foi a grande campeã no quesito esforço. Ela fez de tudo para conquistar o Raku, o que trouxe muitos fãs para ela, assim como pessoas que não gostavam de sua atitude. Para mim, se ela tivesse ganhado o coração do Raku, eu estaria satisfeito, de verdade, mesmo sendo grande fã e ter torcido pela Chitoge todo o mangá porque simplesmente eu gosto de garotas que se esforçam para ganhar no amor. Ela não só fez tudo para conquistar o amor do Raku, mas também, após perder ele, ela teve um grande papel nos capítulos finais do mangá, ajudando sua maior rival, a Chitoge, que deve muito a ela. Podemos dizer que se fosse a Marika e seu "tapa na cara" da Chitoge para ela acordar para a vida, ela não teria voltado e o Raku não a teria encontrado tão facilmente. Foi realmente uma personagem que ajudou em todas as frontes dentro do mangá, depois da Chitoge e a personagem que mais gosto.

Tsugumi era a grande escudeira da Chitoge e se destacava exatamente por isso, pela lealdade implacável que ela tinha pela Chitoge e também pelos amigos,  coisa que ela aprendeu a ter com a ajuda de todos, principalmente do Raku. Acho que depois da Chitoge, foi que teve o maio desenvolvimento da história. Se vendo a Tsugumi no início, que se vestia de homem e parecia completamente um homem, que negava sua sexualidade e a considerava uma fraqueza, e me dissessem que ela viraria modelo, eu não acreditaria, era inconcebível. Porém, após o convívio que ela teve com todos, aprendendo sobre a vida de uma garota normal, ela aprendeu a se soltar mais e a ser uma garota como qualquer outra, mas ainda sendo monstruosamente forte (Paula que o diga. XD). Sua lealdade à Chitoge continuou a mesma, mas ela construiu a lealdade a seus amigos o seu lado garota durante a história de uma forma bastante interessante e natural. Isso tudo, é claro, culminou no amor dela pelo Raku e por fim, na "confissão" dela para ela. A confissão dela para ele foi a melhor confissão, tirando a do Raku para a Chitoge, foi perfeita, não há como negar. Foi a forma perfeita que ela encontrou de se confessar e tirar o peso que ela sentia, sem atrapalhar a Chitoge, que era o grande conflito dela como personagem: a sua lealdade versus o seu amor pelo Raku. Grande personagem com um grande final.

Yui foi a última que foi introduzida no harem sendo a que teve menos tempo de desenvolvimento, mas isso não quer dizer que o desenvolvimento foi ruim, pelo contrário. Yui colocou um pouco de maturidade no harem e um pouco de estratégia, mas apesar da Chitoge ter começado a sentir a Yui como uma rival, eu acho que a Yui nunca teve a pretensão de ficar com o Raku porque ela já sabia que não era ela que o Raku amava. Eu acho que desde o início o objetivo dela é criar questões na cabeça do Raku e empurrá-lo a uma decisão porque era óbvio para todo mundo, menos ele, que ele tinha um conflito interno entre a Chitoge e a Kosaki. Ela cumpriu este papel com perfeição, mas sem deixar de lutar um pouquinho, se confessando e sendo rejeitada, como esperado.

Ruri & Shuu foram simplesmente os melhores personagens coadjuvantes que já tive o prazer de ler, com histórias tão interessantes quanto os protagonistas. A Ruri era uma personagem que eu me identificava muito pelo jeito quieto dela e por vezes mal compreendido, sendo taxada como difícil de se aproximar. Ela, no entanto, foi cabeça de muitas das oportunidades que a Kosaki teve para se confessar ao Raku. O seu sonho de ser tradutora e de se dedicar com afinco a isto também foi bastante interessante, além daquele arco memorável com o avó dela, que foi curto, mas impactante. Era realmente uma personagem muito mais humana do que aparentava e, provavelmente, a única unanimidade da série, todos gostavam. O Shuu também era uma unanimidade, ele era, acima de tudo, engraçado, com todas as piadas que ele fazia, principalmente em conjunto com a Ruri. Porém, ele também tinha um lado profundo, um lado mais adulto do que se pensava, que foi introduzido quando foi revelado que ele era apaixonado pela sua professora. Aquele arco, tanto quanto o arco do avô da Ruri, foi curto, mas muito impactante. Foi esse lado adulto que fez com que a Ruri notasse o Shuu, passasse a respeitá-lo mais e, por fim, se apaixonar por ele. Eles formaram um grande casal que no início não pareciam ter nada em comum, mas que no final teve um final surpreendente.

E estes são os personagens principais da série, mas também gostaria de dar algumas menções honrosas. Haru, a irmã da Kosaki, era muito melhor que ela como personagem e não teria problema em torcer por ela se ela realmente tivesse alguma chance no harem. Infelizmente ela desistiu do Raku pela irmã, mas ela teve momentos muito bons durante a série e seu final foi bastante inspirador. Hana, a mãe da Chitoge, somente teve um arco para se mostrar, mas aquele arco foi um vendaval, a Hana é um vendaval. Personagem extremamente interessante e carismática, com todo o seu poder sobre sua empresa, mas totalmente destrambelhada em relação a filha, o que rendeu momentos de drama e risada.

Agora, finalmente, vamos falar de outros quesitos do mangá além da cast, começando pela história. Como já dito antes, Nisekoi não tem uma história muito original e nunca se propôs a ser e funciona, portanto, não vejo esta característica da obra como um defeito. Eu realmente não tenho muito para falar da história em si além do que eu já falei quando falei dos personagens porque eles são a pedra fundamental da história e que faz Nisekoi único apesar de base clichê. O que é mais interessante quanto a história, e creio que seja a parte que quase mais polêmica, é o tamanho dela. Nisekoi durou 229 capítulos, que, sinceramente, quem conhece mangá de romance sabe que está bem na média, muitos duram isso mesmo e utilizam bem essa quantidade de capítulos, sendo Nisekoi não muito diferente. A essência de Nisekoi é a história de um casal que começa a namorar de forma forçada e vão se apaixonando com o passar do tempo e, claro, isso demanda tempo. Parece bem óbvio, mas muita gente acha mais da metade da história irrelevante e acha que poderia ter durado menos de 100 capítulos. Na minha opinião, um amor desde, que vai do quase ódio até amor verdadeiro precisa de tempo para se desenvolver, a cada passo, durante as ações maid corriqueiras. Komi Naoshi utilizou-se magistralmente do gênero "school life" do mangá para desenvolver o amor entre a Chitoge e o Raku durante os três anos de colegial deles, colocando-os nas mais diversas situações, situações que deixam eles mais próximos ou até os distanciaram. Este era o objetivo principal da série. A famigerada promessa, que foi origem da história, acabou sendo só um tempero para colocar mais suspense na história e passar uma mensagem: o amor muda e se transforma durante o tempo, ele fez a promessa com a Kosaki, mas acabou ficando com a Chitoge depois de tudo que ele experienciou com ela durante quase 3 anos. O Raku chegou a dizer várias vezes que ele não mudaria de opinião e que ficaria com aquela com quem ele fez a promessa, seja ela quem fosse, seria natural mudar de ideia se o amor dele pela Chitoge force forçado a abrupto e não evoluído e maturado durante tantas experiências como foi? Eu mesmo não aceitaria isso porque seria incoerente. Todos esses capítulos foram necessários para embasar a mudança no coração do Raku e o Komi Naoshi deixa isso claro ao relembrar várias cenas importantes entre ele e a Chitoge nos últimos capítulos da série. Portanto, a série durou o que tinha que durar, Komi Naoshi fez muito bem em continuar nesse caminho, não apressar as coisas, e terminar no momento certo.

Era óbvio que ele ficaria com a Chitoge? Era sim, não há como negar, apesar de que o Komi Naoshi fez um bom trabalho me manter as esperanças de todos, principalmente de quem torcia pela Kosaki, até o final. Como já dito, o principal plot da história era o desenvolvimento do amor entre o Raku e a Chitoge e isto deveria culminar neles ficando juntos. Mesmo eu confiando nisto, teve momentos em que eu pensei que o Raku escolheria a Kosaki, como no arco em que eles ficaram juntos no Natal e até mesmo no final do mangá quando a Chitoge fugiu para que eles ficarem juntos após um mal-entendido. Eu realmente pensei que estava perdido naquele momento porque eu nunca pensei que o Raku abriria os olhos. Mesmo com essa perspectiva quase clara, Komi Naoshi conseguiu manter o interesse do leitor: para quem tinha certeza inabalável de que ele ficaria com a Chitoge, foi interessante ver como isso se daria e para quem não estava tão convencido, teve vários momentos em que os ventos não sopraram para a Chitoge, o que manteve o interesse desses leitores também.


O fator comédia é o último item que gostaria comentar, algo que acho que ajudou bastante a tornar a história sempre boa toda semana, sendo uma história gostosa de ler toda semana. A comédia de Nisekoi confiava muito em expressões, era cada expressão engraçada que é impossível escolher a melhor, o Komi Naoshi tinha talento tanto para fazer desenho extremamente detalhados e bonitos, como para desenhar expressões faciais, que juntamente com a situação em que eram colocadas, nos fazia rir de se acabar.

Com isso, na minha opinião, como comédia romântica Nisekoi foi bem sucedido em ambos os lados dentro de todas as limitações de uma história que não buscou inovar em nada e se focou em construir personagens carismáticos e que todo mundo consegue apontar ao menos um favorito dependendo de seus gostos pessoais. Para mim, é sempre será meu mangá favorito, aquele que eu vou pegar na estante quando eu quiser ler algo refrescante e engraçado. Vai deixar saudade, mas fiquei feliz com o final e é isso que importa e esperarei a nova obra do Komi Naoshi com ansiedade, é um dos poucos autores que eu sou fã de carteirinha.




quinta-feira, 5 de maio de 2016

Review: blanc et noir (Takeshi Obata artbook)


Sem dúvidas artbooks são conhecidos por serem artigos de luxo, que só colecionadores muito apaixonados correm atrás e compram, importando dos Estados Unidos ou do Japão, já que é algo que não aparece no Brasil. Tenho muito apreço pelos meus artbooks e todos têm um acabamento de excelente qualidade, porém blanc et noir me fez reavaliar meus critério do que se pode chamar de algo de luxo. Blanc et noir é simplesmente a melhor publicação que já vi em minha vida, é de ficar surpreso e maravilhado.

Publicado no Japão em 2006, possui o mesmo acabamento em terra nipônicas, agora, em 2016, dez anos depois, a VIZ publica a mesma edição nos Estados Unidos em uma edição limitada de 10.000 cópias por o preço de capa de $99 ($64 na Amazon), é um preço salgado, nem os melhores artbooks chegam a este preço nos Estados Unidos, mas resolvi comprar por causa da minha apreciação pela arte do Obata. Porém, pensei em cancelar várias vezes por causa do preço. Agora que vi com os meus próprios olhos, valeu cada centavo investido.

A princípio já é possível ver o excelente acabamento, os detalhes em prata e o artbook dentro de um slipcase. A capa engana, ela é removível e é na verdade um poster laminado. O artbook contém três posteres laminados de dupla face. Death Note e Hikaru no Go marcam presença entre os posteres, assim como ilustrações especiais feitas pelo Obata.


Como os posteres são laminados, tem excelente durabilidade e podem ser pendurado na parede sem risco. Porém, caso não tenha essa intenção (como eu), pode se divertir "trocando" a capa do artbook por um dos posteres, que aparece na abertura do slipcase.
Logo que chegou troquei a capa para o poster com a Misa, como é de se esperar.

Para muitos o preço já estaria justificado pelo acabamento externo, porém o artbook vai além em sua parte interna. A maior parte do artbook é impresso no papel corriqueiro para artbook, liso e que mostra mais qualidade na impressão. Porém, o artbook também utiliza outros tipos de papel, como por exemplo papeis mais ásperos que dão uma textura mais fosca a alguns desenhos que obviamente caem muito bem nesse tipo de papel. Essa troca de papel, que se adéqua ao desenho retratado é uma ideia sensacional que enriquece ainda mais a experiência com o artbook. O artbook também possuem páginas transparentes que servem de transição e até adicionam efeitos interessantes nos desenhos que elas estão sob elas.





   O artbook também conta com posteres internos que trazem o melhor da arte do Obata sem que o desenho seja "interrompido" pelo encadernamento. Não há nada pior do que o uma boa arte em duas páginas não ser mostrado em sua integridade por causa do encadernamento. O mais surpreendente de todos os posteres é um do Light de corpo inteiro, que tem mais de 1 metro de altura.
Não faltou muito para o poster ser em tamanho real do personagem, o que é impressionante.  A foto realmente não faz jus a um poster deste tamanho e nível de detalhamento.
Como já dito, o artbook possuí vários outros posteres menores, mas com o mesmo cuidado no desenho. O artbook se divide basicamente em três partes: Death Note, desenhos especiais e Hikaru no Go. Apesar do título do artbook fazer muita referência a Death Note, Hikaru no Go tem quase a mesma quantidade de desenhos e o mesmo cuidado no acabamento, tanto que a troca de papeis para se adequar a arte é muito usada nesta parte do artbook. A parte de desenhos especiais é bastante interessante porque contém desenhos de guerreiros e onmyouji do Japão antigo que ficam muito bem na arte da Obata, estes desenhos foram feitos para um jogo para PlayStation 2 chamado Yoshitsune-ki. Por serem desenhos que nunca tinha visto antes, de personagens que não conhecia, me impactou bastante. Isso demonstra que o Obata está preparado para qualquer tipo de série, embora tenha feito sucesso com mangás mais realistas e que talvez não deem chance do Obata mostrar todo o seu potencial.  Curiosamente, também há dois desenhos da série Bobobo-bo Bo-bobo onde o Obata diz em seus comentários que exagerou um pouco ao desenhar. Na minha humilde opinião, o Obata desenha Bobobo-bo Bo-bobo melhor que o próprio autor da série.


Acredito que a VIZ fez uma aposta trazendo um material de tamanho luxo para o mercado americano, mesmo sendo de uma série extremamente popular como Death Note, que é o nome que mais chama a atenção apesar de também ser um artbook de Hikaru no Go. Mesmo para o mercado americano é um artbook caro que nem todos vão ter a disposição de comprar, porém vale a pena o preço. A VIZ não economizou em nada e até me atrevo a dizer que o preço é bem em conta pela qualidade apresentada. Realmente é um artbook para guardar como herança de família (tá, talvez nem tanto, mas com muito carinho, com certeza).

sábado, 23 de abril de 2016

Review: Boku dake ga Inai Machi (ERASED)


A temporada de inverno 2016 trouxe muitos animes que me divertiram bastante por vários motivos, mas o mais divertido, ou melhor, o mais interessante, foi com toda certeza Boku dake ga Inai Machi, ou ERASED, como é chamado no ocidente. Falando de temas sérios com uma história extremamente interessante e envolvente, o anime não só foi o mais interessante da temporada como também é um grande candidato a melhor anime do ano, apesar de ser ainda cedo para dizer com certeza.

ERASED conta a história de Fujinuma Satoru, um homem nos seus 20 anos de idade que sonha em ser mangaka, mas enquanto seu sonho não se realiza, trabalha numa pizzaria. A história fica séria quando ele e sua mãe se envolvem em uma série de desaparecimentos e assassinatos que ocorreram na infância de Satoru, marcando sua infância e fazendo sua mãe fazer de tudo para fazê-lo esquecer dos eventos traumatizantes que passou. Sua mãe, Fujinuma Sachiko, depois de muitos anos, acabou descobrindo o autor dos assassinatos, porém o assassino descobre isto e a assassina, pondo Satoru como culpado da morte de sua própria mãe. Quando parecia que não havia mais saída, Satoru usa uma habilidade misteriosa chamada Revival para voltar no tempo e tentar reescrever os acontecimentos em sua infância com o objetivo de salvar sua mãe no futuro, porém tudo acaba se tornando muito mais do que esperava.

 O anime possui apenas 12 episódios e por isso é bastante denso, mas muito bem executado, todos os eventos são importantes, todos os diálogos prendem sua atenção até o fim e todos os episódios terminam com algum evento que deixa ansioso para o próximo episódio. O que mais te involve na história, no entanto, são os temas sérios que ERASED discute, como maus tratos pelos pais. Os mais tratos sofridos pela Hinazuki é um dos grandes plots do anime, se estendendo por mais da metade da mesma. Os maus tratos sofridos por ela tiveram consequências extremas, levando-a a morte e começando a série de assassinatos. Satoru tenta desvendar esse problema por qual a Hinazuki passa para salvá-la das mãos do serial-killer. Creio que a mensagem que o anime quis passar com este caso é que as pessoas não podem ficar paradas ao ver algo assim acontecer porque fica claro que muitas pessoas na vizinhança e na escola desconfiavam que algo estava errado e não estavam fazendo nada para investigar e impedir. Satoru salva outras vitimas também usando vários métodos para não deixar elas sozinhas, como a Hinazuki estava no início, assim retirando-as da mira do serial-killer.

Claro que o envolvimento do espectador na história não é possível se não houver personagens que você fique apegado emocionalmente. Satoru, por exemplo, teve um excelente desenvolvimento durante a série porque ele realmente precisou mudar a si mesmo para conseguir salvar todas as vítimas do serial-killer. Hinazuki, também, com a ajuda de Satoru, começar a acreditar nas pessoas e a sorrir. O final do anime foi emocionante por causa de como a Hinazuki se tornou. A história é muito centrada no Satoru e na Hinazuki, mas também os personagens suporte são excelentes, cumprindo seu papel e tendo personalidades diferenciadas e profundas apesar do pouco tempo par ase focar neles. Até o mesmo o serial killer é desenvolvido durante a série, apesar de não ser aparente de início. Não é possível fazer um texto sobre ERASED sem tocar na questão de romance. Satoru e Hinazuki juntos proporcionam cenas fofas, engraçadas e emocionantes. Apesar de ser um drama e mistério, ERASED também rende risadas nos momentos certos. Até nisso o anime foi muito bem.

Como sou, principalmente, um leitor de mangás, corri para o mangá assim que vi que o anime era excelente. No geral, o anime foi muito fiel ao mangá até mais ou menos o episódio 9~10, após isso, cenas começaram a ser cortadas e modificadas, o final, particularmente, foi totalmente diferente do que aparece no mangá. Porém, na minha opinião, isto não tira o mérito do anime. As cenas cortas não eram muito importantes desde o início, não influenciando muito no resultado final da história. O final do anime, apesar de não ser fiel ao mangá, cumpriu seu papel e foi bastante interessante. Ainda preciso ler os capítulos finais do mangá, mas acredito que, apesar do anime ter feito de uma forma diferente, ambos os finais terão uma narrativa parecida e passarão a mesma mensagem. Planejo fazer um texto somente sobre essas diferenças num futuro próximo.

ERASED, tanto como anime, quanto como mangá, entrará no meu hall de obras favoritas, é uma história marcante que com certeza ficará na memória de assistiu e/ou leu por muito tempo.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Introduzindo a nova obra de Reki Kawahara: The Isolator

Light novels se tornaram uma das minhas grandes paixões atualmente, estou sempre lendo alguma e estou sempre procurando novas para ler, principalmente entre os animes que saem; se encontro algo bom e a obra original é novel eu provavelmente vou ler se for publicado. Tudo começou quando a Yen Press publicou Sword Art Online no Estados Unidos, a obra original do anime que tanto amo. Creio que esta foi a primeira experiência de muita gente no mercado americano porque o mercado de novels passou a cresceu daquele ponto em diante. Reki Kawahara, autor de Sword Art Online, é extremamente popular, tanto Sword Art Online quanto Accel World fazem sucesso. Foi nesse embalo que a Yen Press trouxe, quase que colado com o Japão, a nova obra do autor: The Isolator, com um acabamento todo especial em capa dura mostrando que o mercado não poderia estar indo melhor. Hoje vou introduzir esta nova obra de Reki Kawahara que também tem me conquistado assim como Sword Art Online me conquistou!


The Isolator conta a história de Minoru Utsugi, um garoto que após eventos extremamente traumáticos na infância passou a querer não se relacionar com as pessoas, não querer ser lembrado ou lembrar de nada ou ninguém, e foi assim que ele viveu até que um dia ele recebeu poderes extraordinários dados a ela por uma pedra que veio do espaço. Assim, além de força e habilidades físicas fora do comum ele também ganhou um poder muito relacionado com seus traumas: a capacidade de se isolar completamente do mundo. Porém, não só Minoru ganhou esses poderes e de início ele não sabe que entrou e uma guerra entre aqueles que usam este poder para bem e para o mal, porém, tudo muda após ele conhecer Yumiko Azu, uma garota que a primeira vista parece uma bela colegial, mas que na verdade faz parte de uma organização do governo que tem como objetivo derrotar aqueles que usam seus poderes para o mal. A partir daí, Minoru começa uma jornada para defender aqueles que ama, seus parceiros na luta contra o mal e também para realizar seu sonho de ser esquecido por todos.

Até o momento deste post a série tem três volumes publicados no Japão e dois nos Estados Unidos, estes ambos lidos por mim. Os dois primeiros volumes deixam a entender que a série irá tomar um rumo um pouco episódico, mostrando um caso por livro, com início, meio e fim, porém, provavelmente haverá casos mais intensos e difíceis que renderão mais volumes conforme a série avança, só resta aguardar o desenrolar da série. Apesar dos casos não serem  diretamente relacionados eles possuem uma sequência, tanto no desenvolvimento dos personagens como em relação a história no geral, porque é possível perceber que existe um plot maior sendo desenvolvido no background.

É possível notar o amadurecimento do Reki Kawahara em relação a narrativa, que desenvolveu o ambiente da série muito bem durante todo o primeiro volume, desenvolvendo os personagens e dando explicações necessárias sem deixar que o fluxo do caso em curso tenha sido prejudicado. Porém, o grande desenvolvimento de ambientação ocorreu mais no segundo volume com a introdução de novos personagens e a chegada do Minoru na organização que luta contra o mal, a SFD. O elemento que achei mais interessante é o de que o poder de cada pessoa tem relação com seus traumas e desejos, assim como o poder do Minoru, então é bem interessante ficar imaginando o que ocorreu para os personagens tenham determinado tipo de poder, tanto os heróis como os "vilões". As aspas em "vilões" tem uma razão muito interessante, também. Aqueles que praticam o mal com seus poderes não necessariamente fazem isto por livre e espontânea vontade. Existem dois tipos de pedras: os Jet Eyes e os Ruby Eyes. Os primeiros são aqueles que possuem poderes, mas que não o utilizam para o mal, já o segundo são aqueles que utilizam os poderes para o mal, porém isto, na verdade, é um efeito colateral que os Ruby Eyes possuem, que o quem recebeu não tem controle. Portanto, sempre me pergunto se podemos chamar aqueles que possuem Ruby Eyes de vilões, apesar de seus atos.

Eu gosto bastante de olhar esses detalhes que te fazem pensar. Creio que The Isolator está tendo uma história mais profunda do que Sword Art Online e Accel World por causa desses detalhes. A narrativa também melhorou bastante. Sempre tive certa dificuldade em imaginar as cenas de ação em Accel World, mas em The Isolator, Reki Kawahara descreve com muito mais clareza o que facilita a imaginação e a imersão na história. A arte desenhada por Shimeji também não deixa nem um pouco a desejar, parecendo imagens de um anime. Falando em anime, creio que será uma obra que muito provavelmente terá anime em um futuro próximo, sendo de um autor do calibre de Reki Kawahara e com uma história notável.

Desta vez Reki Kawahara apostou em uma história mais profunda, apesar de ainda estar no campo da ficção científica. Creio que será uma grande leitura para aqueles que criticam as outras obras do autor. Com um futuro anime a popularidade da série irá aumentar, mas recomendo desde já a novel caso tenham a oportunidade de ler!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Review: The Idolm@ster Cinderella Girls (2ª temporada)

A segunda temporada de The Idolm@ster Cinderella Girls foi bastante diferente em certos pontos da primeira temporada. Na primeira temporada a base do anime foi ver o desenvolvimento das garotas, cada uma resolvendo seus conflitos e chegando ao final com um concerto de sucesso. A segunda temporada também teve isso, mas além disso teve um plot maior que deu um tempero para a segunda temporada que também vi em parte da série original da franquia. Surge a nova diretora da 365 Production que irá mudar tudo que a garotas conheciam até então!

Foi exatamente isto que acabei de descrever. A nova diretora já começa seu trabalho na diretoria dissolvendo todos os departamentos e querendo criar novos! Ela tem uma visão completamente diferente do que a produtora estava seguindo até aquele momento e resolve mudar tudo segundo a sua visão, os produtores e as idols querendo ou não. Ela é uma personagem que todo que assistirem vão aprender a odiar desde cedo, mas algumas decisões que ela toma também se provam corretas e até ajudam as garotas até certo ponto. Enfim, o produtor do Cinderella Project, obviamente, não concorda com isto e bate de frente com ela, todo o desenvolvimento dele se mostrou nessa hora. No fim, o produtor propõe um projeto para a diretora para tentar manter o Cinderella Project ativo. A diretora aceita, provavelmente não esperando muito já que ela não concordava com a visão dele e achava que iria falhar. A partir daí todo o desenvolvimento e conflitos que as garotas passam tem como objetivo o sucesso desse projeto.



O anime levanta muitas questões que podem surgir na vida de idols por aí a fora, embora eu não tenha total certeza disso. Aceitar projetos que podem afastá-las dos fãs, por exemplo. Os fãs fazem uma idol e ela deve crescer junto com seus fãs, na minha visão, e esta visão foi mostrada no anime. Entre outros exemplos de conflitos como a validade de construir um personagem para se promover como idol como a Miku faz sendo uma neko-idol. Também teve questões relacionadas a timidez e também decisões que as garotas tiveram que tomar: aceitar novos projetos e evoluir como idol a custo das unidades já estabelecidas no Cinderella Project ou recusar, podendo se arrepender depois ao se ver estagnada? Enfim, todas as garotas do grupo se viram envolvidas em algum conflito que as desenvolveram ainda mais em relação a primeira temporada, cada uma de forma bastante equilibrada, sem se focar muito em uma ou em outra, o que achei bom. Para um anime de 12 episódios, fez um excelente trabalho de desenvolvimento de personagem.


Embora tenha dito que o desenvolvimento foi bem equilibrado, a Uzuki teve um destaque um pouco maior, sendo o último conflito do anime e que também engloba muitos dos conflitos anteriores já que ela se sente para trás com todo a evolução que suas colegas experienciaram. Tanto a Rin quanto a Mio, suas parceiras na unidade New Generation, descobriram novos talentos durante novos projetos que elas aceitaram: a Rin formou uma nova unidade e descobriu que canta muito bem; a Mio descobriu seu dom para atuar.  Uzuki, no entanto, desde sempre, só tem seu sorriso, a razão de ter sido escolhida, segundo o produtor. Ela não acha isso suficiente. O fim é bastante interessante, vale a pena conferir!



Assim, na minha opinião, no roteiro o anime foi impecável mais uma vez. Já a qualidade de animação foi tão boa como na primeira temporada, o que já era esperado: mesma equipe, mesma qualidade. As músicas não têm o que falar, elas chegam a emocionar em alguns momentos, mesmo não entendendo a letra, somente pela melodia e o contexto. Realmente foi mais um trabalho impecável, com certeza se juntará a minha seleta lista de animes que deixará saudade e que irei rever no futuro. 

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Experiência com a Shonen Jump americana

Fazendo intercâmbio nos Estados Unidos por 1 ano, estou tendo a oportunidade de experimentar a Shonen Jump americana, que é publicada digitalmente pela VIZ Media aqui nos Estados Unidos, estando também disponível em outros países de língua inglesa. O que chama mais atenção é o quão barato é a assinatura de um ano, $25,99, em relação ao bom serviço oferecido.

A Shonen Jump americana começou ser publicado há alguns anos atrás como Shonen Jump Alpha, sendo algo longe do que e hoje. A revista era lançada a cada duas semanas e, obviamente, não era simultânea com o Japão, além ter um line-up menor. Hoje, a revista é simultânea e tem uma line-up muito mais completa, com quase tudo o que os leitores aqui no ocidente gostam de ler da Shonen Jump. A surpresa é que o preço de $25,99 era o mesmo na época da Shonen Jump Alpha. O serviço melhorou exponencialmente, mas não houve aumento de preço, o que é excelente.



Apesar da questão do preço antes e agora não ter feito diferença para mim, continua sendo barato para o serviço oferecido. A line-up atual da revista é composta por mangás da própria Shonen Jump: One Piece, Bleach, Toriko, Shokugeki no Soma, Nisekoi, My Hero Academia, Black Cover e World Trigger; os dois mangás da Jump SQ mais populares no momento: Blue Exorcist e Seraph of the End; além de Onepunch-man e Yugioh Zexal. É uma line-up de respeito que me satisfaz completamente, eu nem ao menos leio tudo que tem na revista. As séries da Jump são lançadas semanalmente simultaneamente com o Japão, os da Jump SQ são lançados assim que possível no início de cada mês. Onepunch-man está um pouco atrasado devido ao hábito do Murata de refazer capítulos, mas não é um problema grande. Não conheço a periodicidade de Yugioh Zexal, mas provavelmente está colado no Japão também.

Quanto a edição e tradução, não tenho do que  reclamar, apesar de ter algumas diferenças entre ela e as traduções que lia antes, mas são fáceis de perceber e se acostumar. Como a revista é publica simultaneamente com o Japão é bem notável que a qualidade da tradução e edição não caia. Pela lógica, é isso que esperamos de uma publicação profissional, mas também sabemos que nem sempre é assim. O leitor utilizado no site da revista é bom, de fácil uso e com uma resolução muito boa. Também já li no celular e é tão bom quanto. Apesar da tela pequena é possível ler tudo sem dificuldades.

 Outro serviço muito interessante da revista é o  Jump Start, onde a revista publica os três primeiro capítulos de toda nova série publicada na revista japonesa. No começo a mais popular era publicada permanentemente, mas acho que a VIZ percebeu que as novas séries publicadas na Jump são muito instáveis e há um grande número de cancelamentos. Ainda assim, Jump Start nos dá um gostinho das novas séries, é muito bom de ler, mas também dá aquele gostinho de quero mais no final dos três capítulo, se você realmente gostar da série.

O único problema não é realmente um problema da revista. Os scanlators são mais rápidos como sempre e lançam antes do lançamento oficial causando alguns incidentes com spoilers, o que pode ser muito ruim para quem lê a publicação oficial, hoje posso dizer como esses leitores se sentem ao passar por isso. Apesar disso considero continuar assinando a revista após voltar para o Brasil, seria muito continuar a prestigiar o esforço da VIZ em trazer o melhor dos mangás shounen para o ocidente, mas teria que usar proxy para isto.

Pedidos não faltam para que a VIZ expanda sua lista de países contempladas com a Shonen Jump. Sempre que o assunto é trazido atona, a VIZ diz que está trabalhando para isto, mas até hoje nada concreto a respeito de expansão, muito menos para o Brasil. Só nos resta cruzar os dedos e torcer. Eu sem dúvida assinaria, não é todo dia que vemos um serviço tão bem feito e que merece a popularidade que possui. Que o esforço da VIZ faça outras editoras fazerem o mesmo com outras revistas no Japão. O mercado de mangás digital nos Estados Unidos está muito avançado e tem tudo para que isto aconteça. Porém, isto é assunto para um próximo texto.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Review: The Idolm@ster Cinderella Girls (1ª temporada)

Após uma excelente experiência com The Idolm@ster resolvi começar o segundo anime da franquia logo em seguida: The Idolm@ster Cinderella Girls. Minha experiência com animes sobre grupo de idols é bem pequena, The Idolm@ster está sendo o meu primeiro, mas minha experiência com animes em geral me diz que segunda temporada ou um novo anime de uma franquia sempre traz muitas similaridades e acabam não sendo uma experiência tão boa. Bom, na minha opinião, Cinderella Girls pode ser considerada uma exceção à regra. Ele tenta se diferenciar da série original o máximo possível e da melhor forma possível. A primeira temporada do anime alcançou isto muito bem.

A primeira diferença aparece logo no primeiro episódio. Na série original as garotas já se conhecem faz um tempo, o anime começa no momento em que o novo produtor é contratado. Em Cinderella Girls, as garotas são reunidos e se conhecem durante o anime. Isto também significa que as garotas de Cinderella Girls possuem menos experiência, e isto fica claro durante alguns episódios, onde há conflitos entre o produtor e algumas garotas. O produtor também se desenvolveu junto com elas, melhorando na forma de se comunicar, que no início era muito ruim e causa mal-entendidos. Outra diferença, que acho crucial para todo o desenvolvimento, é que na série original as garotas começam seus trabalhos juntas e vão tomando caminhos separados durante o anime, mas nunca sem esquecer de sua amizade. Em Cinderella Girls é o contrário, o projeto idealizado pelo produtor separa as garotas em unidades de acordo com seus estilos e habilidades. No fim de anime elas se juntam, a princípio sem sincronia, mas acabam ultrapassando as dificuldades. Foi um paralelo interessante minha opinião. 



As garotas também possuem personalidades bastante diferenciadas, tanto entre si, como em relação às garotas da série original. O anime conseguiu dar um pouco de espaço para cada garota, falando delas quando suas unidades eram formadas, mas espero mais detalhes na segunda temporada. De qualquer forma, foi possível se apegar a algumas, que chamaram mais minha atenção.

 Anastasia é metade russa e frequentemente mistura russo com japonês, algo muito fofo na minha opinião, principalmente o jeito pausado com que ela fala japonês (descobri um novo fetiche?). Não entendo muito de russo, mas na minha opinião a dublagem da Anastasia foi muito feliz, realizada por Uesaka Sumire, que, segundo sua biografia, possui interesse na Rússia; com certeza ela sabe ao menos um pouco de russo e não foi escolhida por coincidência. Enfim, Anastasia é com certeza uma personagem interessante, que não foi tão explorada na primeira temporada, mas os momentos que apareceu foram excelentes.

Rika é a preguiça em forma de idol (risos), ela não gosta de trabalhar e está sempre fugindo de seus afazeres. Aparentemente ela se tornou idol para gravar CDs e viver com dinheiro de royalties, assim não tendo que trabalhar mais. Apesar de estar sempre com preguiça, dormindo e sendo perseguida pela Kirari, que cuida dela como se fosse sua mãe, quando ela precisa fazer seu trabalho ela faz excepcionalmente, desta forma parece não haver problemas entre ela e a produtora. De qualquer forma, ela é bem engraçada e fofa, principalmente em seu pufe que ela trouxe para o escritório para dormir.


Ranko é a gótica e chuunibyou do grupo, e também a minha favorita. Ela sempre fala de um jeito “enigmático” que ninguém entende, exceto a Miria, por alguma razão, e isso traz vários problemas para ela quando sua carreira solo é decidida, havendo mal-entendidos sobre a imagem que ela queria passar e a imagem que as pessoas tinham dela. Apesar de se vestir de negro e falar sobre sombras e escuridão o tempo inteiro, ela é na verdade bastante fofa, tímida e delicada, não gostando, surpreendentemente, de filmes de terror, por exemplo. Anastasia é grande amiga dela, apesar de ela entender ainda menos o que a Ranko diz, graças as palavras difíceis que ela usa. A forma como a Ranko se desenvolve e como ela desenvolve seu relacionamento com as outras garotas é bastante interessante.


Todas as garotas são fofas a seu jeito, mas a Miku é imbatível. O sonho dela é ser uma neko-idol, ela adora gatos e faz o possível para se comportar como um, você vomita arco-íris vendo ela falando ou fazendo qualquer coisa. Provavelmente muitas pessoas não vão gostar dela por causa disso, podem até achar irritante, mas eu gosto desse tipo de personagem e isso não faz com que ela seja rasa, muito pelo contrário, ela se preocupa demais com sua carreira e há momento emocionantes com ela, na parte onde ela não sabe ainda quando irá estrear como idol. Ela é uma personagem muito mais interessante do que aparenta e com certeza não é só fanservice.


Por fim, a Rin me interessa pelo seu background. Ela foi encontrada pelo produtor na rua e teve que ser abordada na rua várias vezes até aceitar o pedido de ser idol, chamaram até a polícia para o produtor porque ele não tem uma cara amigável, confundiram ele com um stalker (risos). Mas o que o produtor disse para ela foi profundo e interessante, ele notou que ela não tinha um interesse grande por nada e que não tinha uma perspectiva para seu futuro. O produtor a convidou para ser idol com esse intuito, por julgar que ser idol seria a coisa que ela iria ter real paixão. A primeira temporada acaba com alguns desenvolvimentos nesse assunto, mas nada conclusivo. Espero a história completa na segunda temporada.

Apesar de ter se resumido a cinco garotas, cada uma tem alguma parte que as torna interessantes e que fazem você querer saber mais sobre elas. Talvez no review da segunda temporada eu faça uma descrição mais completa de todas. Por ora, resta saber que ficarei mais de olhos nas cinco que listei, que ainda tem muito a serem desenvolvidas.

No geral o anime foi bem estruturado e teve um pacing muito bom mostrando a evolução de todas de forma bastante razoável e ficando bastante fechadinho. Se eu não soubesse que tem uma segunda temporada eu estaria relativamente satisfeito, apesar de querer saber mais sobre cada garota. Foi por isto que dividi o review em temporadas, incialmente pretendia fazer um post para as duas, mas mudei de ideia porque acho que a segunda temporada será uma história completamente nova. Como na série original, a animação também foi fantástica, não deixando a desejar em nenhum momento, especialmente nas apresentações. A músicas também foram excelentes, como esperado. Enfim, mais uma grande experiência, vou começar a segunda temporada imediatamente porque estou ansioso para saber mais sobre cada uma das garotas e ver elas evoluindo como idols. Até breve com a segunda parte do review! 

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Primeiras Impressões - Inverno 2016

Como é comum em outros blogs, também trago nesta temporada minhas primeiras impressões de cada anime que estarei assistindo. Minha lista de animes sempre é bem pequena, mas espero que gostem e achem útil. Escrevi todos os textos logo após terminar de assistir o primeiro episódio para que tudo estivesse fresco na mente, também tentei ser breve. Vamos às impressões!

HaruChika: Haruta to Chika wa Seishun Suru



HaruChika teve um primeiro episódio razoável na minha opinião, mas ainda não dá para saber se essa linha da mistério continuará ou não, embora tenha parecido que sim já que detalharam bastante toda a explicação do enigma, um lado que gostei já que tenho interesse em criptografia. Confesso que se continuar assim será interessante, acho que nunca vi um anime de mistério com música. Sobre os personagens, gostei bastante da Chika, achei ela engraçada e também gosto do tipo esforçada, embora não ache que ela tenha que se forçar a ser fofa (ela jé é). Somente o final que foi muito estranho e não ficou muito compatível com o resto do episódio, pareceu meio jogado para mim. Apesar disso continuarei vendo, parece que será divertido.

Boku dake ga Inai Machi (ERASED)



E se você tivesse a oportunidade de voltar ao passado e tentar corrigir erros que cometeu e superar traumas? O primeiro episódio de Boku dake ga Inai Machi (ou ERASED) terminou dando a entender que esta é a proposta do anime. Quando eu o peguei para ver, por causa de curiosidade quanto ao mangá, eu não esperava essa pegada sobrenatural do personagem principal ter algum tipo de poder para voltar ao passado, mas foi uma boa surpresa e acabou possibilitando essa proposta interessante. O primeiro episódio não explicou muito, deixando para os próximos episódios, agora que o personagem está no passado e tentará resolver o mistério das abduções ocorridas em sua infância e que ele foi forçado a esquecer por sua mãe, possivelmente por causa do trauma. Estou ansioso para o próximo episódio. Agora ele é nada mais que uma criança. Como ele resolverá esse mistério?

Pandora in the Crimson Shell



Confesso que não esperava muito de Pandora in the Crimson Shell, peguei porque tinha na FUNimation, que eu assino, e gostaria de usar meu dinheiro melhor nessa temporada, só isso, nenhum interesse particular. Mas acho que acabou se saindo melhor do que a encomenda, não é uma obra-prima, mas me faz rir bastante por causa das cenas loucas, como ter que colocar a mão dentro da barriga (para ser inocente) da Clarion para que possa ser feita a transferência de poderes. Eu gostei das três personagens principais, acho que será interessante seguir a aventura delas, seja lá a intenção do anime, que ainda não ficou claro. Vou continuar acompanhando, mesmo que seja só pela comédia, que acho que continuará firme e forte até o final do anime.

Dimension W



Escolhi Dimension W para assistir nessa temporada porque descobri que o mangá é a obra atual de Yuji Iwahara, autor de O Senhor dos Espinhos, com o qual tenho muito apreço. Comprei o mangá quando saiu pela JBC somente pelo traço bonito, não sabia nada sobre a história e me surpreendeu de forma muito positiva. Dimension W não está sendo diferente, gostei bastante do primeiro episódio, é possível perceber o estilo do Iwahara nele. O primeiro episódio não deu muitas informações, deixou muitas perguntas, ainda mais depois daquela explosão, que também não sabemos muito bem o porquê aconteceu. Tudo ainda está obscuro, mas os personagens e a forma como o episódio foi estruturado deixa você querendo saber mais sobre a história. Com o Senhor dos Espinhos foi muito parecido, então estou ansioso para assistir o segundo episódio, depois do final que o primeiro teve.

Hai to Gensou no Grimgar 



Hai to Gensou no Grimgar foi um anime bastante parado em seu primeiro episódio, embora eu tenha gostado dos personagens, apesar de não saber nada sobre eles ainda. Aparentemente há um mistério por traz de como eles vieram para em Grimgar, provavelmente vindos da Terra, e espero que a história seja baseada neste mistério. Não há muito o que comentar do primeiro episódio, mas o mistério me intrigou. É muito similar a séries que eu gosto como Sword Art Online e No Game no Life nesse sentido de ser transportado para outro mundo, portanto pode ser interessante continuar.

Dagashi Kashi



Dagashi Kashi provavelmente será a comédia da temporada para mim caso continue no caminho que traçou neste primeiro episódio. A história se baseia em algo muito simples Shidare Hotaru, filha de uma das maiores empresas de doces, Shidare, quer levar o pai de Shikada Kokonotsu para trabalhar para a empresa de seu pai, mas o pai de Kokonotsu só concordará em ir se Hotaru convencer seu filho a herdar sua loja de doces. coisa que Kokonotsu não quer já que ele tem como sonho se tornar mangaká. Creio que será um slice of life focado em doces ao estilo Non Non Biyori, no meio rural, com episódios divertidos que vão tirar o melhor dos personagens, que são ótimos, e do tema que propôs, também com uma certa dose de romance. Tenho altas expectativas, adoro slice of lice loucão com comédia.

É isto, minha lista de animes desta temporada possui seis nomes e a minha primeira impressão sobre todos eles foi ao menos boa. Creio que terei uma excelente temporada, cheia de surpresas e coisas novas que também pode fazer crescer minha lista de mangás e novels. Aguardem o review completo de cada um no final da temporada!

sábado, 9 de janeiro de 2016

Diferenças entre os mercados brasileiro e o americano de mangás

Nestes últimos meses tive muito contato com o mercado americano de mangás graças a minha viagem ao Estados Unidos, com isso aprendi bastante sobre como ele funciona. Volta e meia eu abordo este assunto no Twitter, mas nunca fiz um texto completo sobre o assunto, portanto este será, digamos, o texto definitivo. Existem muitas diferenças nos dois mercados, a maioria delas deixando os Estados Unidos em vantagem em relação ao Brasil. No entanto, as diferenças que mais me incomodam, que considero um defeito no mercado brasileiro, é a insistência em vender em bancas e o fato de não haver reimpressão de mangás quase nunca. Uma série de problemas são derivados deste dois, por isso irei focar mais neles.

É notável que o sistema de bancas é falho e tem muitos problemas, principalmente em um país de dimensões continentais como o Brasil. Há apenas uma distribuidora que atua nas bancas fazendo com que todo o sistema, e as editoras, fiquem a mercê dela. Desta forma, sempre ouvimos falar que mangá tal não chegou em cidade tal, ou chega com atrasos inviáveis. As editoras não podem fazer muita coisa quanto a isso, já que a distribuidora, além de mangás, distribui tudo que é comercializado em bancas e tem seu próprio jeito de fazer as coisas, as editoras gostando ou não. Além disso, bancas tem espaço limitado e geralmente só possuem a edição mais recente do mangá, ou seja, caso você tenha perdido uma edição você terá duas escolhas: procurar uma comic shop, que são raras, mas existem, ou pedir ao jornaleiro para pedir na distribuidora, se você é amigo de um jornaleiro, é uma opção, mas ainda há o risco de não encontrar a edição. Isso faz com que os leitores pensem duas vezes antes de comprar uma série que já está em andamento, e com razão. Por isso, sempre defendi a venda de mangás em livrarias e, quando possível, comic shops. No Estados Unidos é desta forma, geralmente as livrarias tem um bom acervo de mangás de todas as editoras, sem falar na Amazon e outras lojas online que possuem qualquer edição que você queira, de qualquer mangá, é muito difícil não encontrar o que você quer. Recentemente, a Barnes & Noble, a maior rede de livrarias físicas dos Estados Unidos expandiu a seção de mangás em todas as suas lojas, quando vi as fotos desejei muito que algo assim acontecesse no Brasil. No entanto, no Brasil quase não se vê mangás em livrarias, salvo raras exceções; já visitei as maiores livrarias do Rio de Janeiro e apenas a Livraria Cultura no Centro da cidade tem mangás em quantidade satisfatória, mas ainda assim não chega perto de algo parecido com a foto abaixo, por exemplo. A Amazon Brasil também não consegue resultados melhores, é mais fácil achar mangás em inglês lá do que em português, é frustrante. Livrarias têm a capacidade de manter em estoque coleções completas e poupar os leitores da falta de volumes, ou compra com preços absurdos, então porque não?


O problema de não haver reimpressões quase sempre está ligado a este problema, já que as bancas, principal local de venda de mangás, não mantém todas as edições, portanto reimpressões não fazem muito sentido já que elas não irão para a banca, a nãos ser em casos excepcionais. Até as poucas comic shops que existem sofrem com isso, seus estoques acabam e não há como repor. A alternativa que sobra para os leitores neste caso é procurar em eventos ou procurar em outros lugares, geralmente com preço acima do de capa. Se as editoras reimprimissem as edições sempre que necessário, a série estaria sempre disponível, isto é vantajoso para os leitores e para as editoras. Sem reimpressão, não há quase adição de novos leitores durante a publicação da série porque raramente se encontra o primeiro de qualquer série depois de alguns meses. Com a reimpressão, novos leitores sempre apareceriam e ainda resolveria o problema de leitores que não têm condições de comprar o mangá no momento do lançamento, mas que no futuro poderiam comprar. Muita gente reclama que há muitas séries no mercado e que as editoras deveriam diminuir o número, isto é fruto de falta de reimpressão. Os leitores precisam comprar todas as edições de todas as séries que queiram assim que saem, religiosamente, do contrário correm o risco de ficarem com a coleção incompleta. Nos Estados Unidos, e também no Japão, é diferente, sempre há reimpressão das edições, quando necessário, assim fica muito mais fácil de planejar o que você irá comprar, colecionar fica muito mais fácil. 

Eu particularmente sou bastante resistente a "edições especiais" de mangás que já foram lançados no Brasil, os famosos relançamentos. Devo dizer que nos Estados Unidos também fazem relançamentos, mas geralmente são de mangá antigos e geralmente grandes, fazendo edições 2-em-1 ou 3-em-1, que, aliás, são bastantes econômicas. Muitas edições especiais e relançamentos seriam evitadas com reimpressão. Por exemplo, o relançamento de Bleach é constantemente pedido, neste uma nova edição 3-em-1 seria uma boa já que a série é muito grande. Tirando séries grandes, uma reimpressão resolveria o problema. Relançamento somente em casos muito especiais,  de preferência muito tempo depois do final da sua primeira publicação. 

Na minha opinião, estas três diferenças são cruciais e se o mercado brasileiro seguisse o exemplo do mercado americano, eu creio que tudo seria mais simples para os leitores brasileiros e ajudaria o mercado a crescer ainda mais. Apesar de existir outros problemas que poderia comentar, vou terminar por aqui. Quem sabe no futuro volto a este assunto abordando outras diferenças. Também pretendo fazer reviews de obras que estou comprando aqui, apontarei diferenças nestes posts também. Fiquem ligados, sempre falarei dos mercados brasileiro, americano e japonês por aqui. Até a próxima!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Review: The Idolm@ster

Primeiramente, bem-vindos ao meu blog. Depois de tanto tempo ruminando esta ideia, finalmente decidi fazer um blog para por meu pensamentos sobre as coisas que eu vejo e leio durante meu tempo livre. Vou tentar escrever pelo menos uma vez por semana, mas a vida de universitário é difícil, então posso não postar toda semana, mas não deixarei o blog morrer. Enfim, vamos ao assunto do primeiro post do blog: The Idolm@aster.


Confesso que The Idolm@aster foi um empurrão que faltava para fazer um blog. A experiência com este anime foi tão boa que eu simplesmente queria escrever sobre ele em algum lugar para esvaziar minha mente de todo os pensamentos. Então, cá estou.

The Idolm@ster segue a vida diária de um produtora de idols, 765 Production, e suas 13 garotas aspirantes a idols, que são ajudadas por dois produtores, a Ritsuko e um que as idols apenas chamam de Produtor. Elas passam por diferentes situações que envolvem sua vida pessoal e fantasmas passados para crescer como idols. Bem simples, acho que não muda foge muito do que os animes de idols fazem geralmente, embora não possa dizer com certeza, The Idolm@ster é meu primeiro.

Eu creio que o que faz um anime sobre idols bom são justamente as idols, suas personalidades, a história que elas trazem, seus sonhos e conflitos. Carisma é obrigatório, não há idols sem carisma, e acho que The Idolm@aster é perfeito em todos os esses aspectos, cada idol é bem diferente uma das outras, mas no fim elas formam uma profunda amizade. Algumas têm histórias, mas profundas do que outras, mas creio que isto também faça parte deste mundo, não são todos que tem uma grande história por trás para explicar seu sonho de ser idol, ter o sonho de ser idol apenas por achar divertido também é uma razão válida.

O anime começa de uma forma bastante interessante: o primeiro episódio é como se fosse um documentário sobre as idols, alguém faz perguntas para elas enquanto são filmadas, com isto aprendemos o básico sobre cada uma delas. No fim, descobrimos que quem estava filmando era o novo produtor da 765 Production, as garotas também não sabiam e ficaram surpresas. Eu acho que foi um jeito legal de apresentar as personagens e até seria um jeito legal de fazer todo o anime, eu pensei inicialmente. Porém, somente o primeiro episódio foi assim, a partir daí a história se desenrola, seguindo o produtor na maior parte do tempo, mas se focando nas garotas para contar suas histórias.

Eu acho que cada garota teve ao menos um episódio focado nelas, o que eu achei excelente. É óbvio que em animes assim sempre temos nossas favoritas, mas por causa disso acabei me apegando a todas elas, acho que nunca fiquei em luto assim por um anime terminar. Todas as garotas são legais a sua maneira. Por isso, acho que cabe uma pequena introdução de cada uma delas. Vou tentar não dar spoilers porque quero todo mundo vendo este anime!


Utilizando a imagem acima como guia (aliás, o anime é tão fofíssimo que você irá querer tirar screenshot toda hora) começo pela fila de cima do lado esquerdo.

Takane Shinjou é misteriosa, mas de um jeito engraçado, ela adora ramen e comida, pode falar sobre isso por horas, mas tirando isto ninguém sabe muito sobre ela e o anime também não dá pistas, mas eu acho que ela vem de uma família bastante rica, pela forma eloquente que fala; ela é uma completa dama. Da mesma forma que seu background, a razão de ela ser idol também não se sabe.

Ao lado dela temos Makoto Kikuchi e sim, ela é uma garota. A sua aparência faz parte da razão dela ser idol, ela queria ser princesa, algo que não conseguiu ser na infância. No entanto, o seu plano acaba sendo frustrado já que ela acaba tendo mais fãs mulheres do que homens e ela só fica legal quando é "cool" e "prince-like". É muito engraçado ver ela tentando. Ela também uma excelente amiga.

Haruka Amami é bastante amiga da Makoto. O anime tende a focar bastante na Haruka por vários motivos. Ela tinha o sonho de se tornar idol desde criança, motivada pelo desejo de cantar junta com outras idols. Ela se torna uma personagem muito interessante durante todo o anime.

Chihaya Kisaragi também é grande amiga de Makoto e Haruka. Ela também é misteriosa, mas diferente da Takane, eu senti desde o início que ela escondia algo. Ela é quieta e não fala muito. A história dela surpreende bastante, provavelmente é a mais densa dentre as garotas. Seria um grande spoiler se eu falasse mais do que isso, inclusive a razão dela ser idol.

Miki Hoshii é a minha favorita disparada, meu gosto por ela só aumentou durante todo o anime. A razão dela é bastante simples: ela gosta de ser idol porque ela gosta de brilhar no palco, ela gosta dessa sensação. Acho que ela é uma das que mais cresce durante o anime se tratando de maturidade e como isso ajudou ela a usar o seu imenso talento melhor. Ela esbanja carisma, não tem como não gostar dela, rir do jeito dela e torcer por ela.

Azusa Miura parece ser a mais velha do grupo, mas a personalidade divertida dela faz com que nos esqueçamos disso. Eu promete que no episódio que foca nela, vocês irão rir pra caramba, é sem preço. A razão dela ser idol não foi dita no anime até onde eu me lembro.

Agora na fila de baixo do lado esquerdo temos Hibiki Ganaha, minha segunda favorita. Antes de ver o anime eu já gostava bastante dela, me parecia uma personagem muito legal, confirmou minhas expectativas. Ela é apaixonada por animais e trabalha como idol para sustentar todos os animais que possui. Ela é a energética do grupo, sempre dando o seu melhor por sua família.

Yukiho Hagiwara é o oposto da Hibiki, ela é tímida, tem medo de cachorros e não consegue lidar com garotos, no início você se pergunta como ela chegou a esta carreira, mas é interessante ver a mudança dela durante o anime. Ela evolui bastante, sem deixar sua personalidade calma e delicada de lado e até a usando da forma correta.

Iori Minase é filha de uma família rica dona do grupo Minase, de início podemos ter a opinião de que ela não precisava ser idol, mas é o que eu disse antes, você pode querer ser por achar divertido. Acho que ela sempre sonhou com isso e também ela quer provar para a sua família, que fica tirando sarro dela, que ela pode ser idol.

Yayoi Takatsuki é bastante amiga da Iori e isto também é muito interessante porque diferente da Iori, Yayoi não vem de uma família rica e quer se tornar idol para ajudar a família a ter uma vida melhor. Apesar do seu trabalho de idol, ela ajudar a cuida de seus irmãos todo dia já que seus pais trabalham até tarde. Iori e Yayoi são duas das minha favoritas por causa dessa relação, além da personalidade tsundere da Iori e da voz extremamente fofa da Yayoi.

Ami e Mami Futami são as gêmeas mais divertida da história dos animes, não tem como não rir com cada aparição delas. Elas não são muito exploradas quanto a razão delas serem idols e o background dela, mas acho que só pela comédia já vale. Essas duas também me conquistaram.

Como dá para perceber, cada garota tem sua personalidade, sua história e o que deseja realizar, mas no fim o que importa é a amizade entre elas que foi construída durante os anos que passaram juntas. Essa é a mensagem que  o anime passa e que serve não só para o mundo das idols, mas também para a vida: cada um tem seus projetos e às vezes podemos estar separados, mas a ligação criada pela amizade nunca se deteriorará. A execução de tudo isso no anime é perfeita, tendo várias surpresas, não só das garotas, mas da staff que trabalha na 765 Production. É impressionante como o anime não deixa ninguém de lado. Eu acabei me apegando a todos os personagens e estou ansioso para ver OVAs e o filme da série.

Para terminar, a parte do técnica do anime também foi excelente. A animação não teve nenhum erro perceptível e tudo teve uma boa qualidade. As músicas foram também divertidas, como se esperar de uma anime de idols, sendo utilizadas perfeitamente. Eu não consegui achar nenhum defeito neste anime, não atoa que a série já tem 10 anos. Após ver esse anime não pararei mais, próximo na lista é The Idolm@ster Cinderela Girls. Será que os produtores conseguiram manter o nível nesta segunda geração de im@s? Fiquem ligados na próxima semana!